quinta-feira, 1 de outubro de 2009

(CRÔNICA) O NOEL...

(CRÔNICA) O NOEL...
Prof. Joceny Possas Cascaes

Uma das versões da história conta que São Nicolau nasceu pelos idos do século IV, na cidade de Myra, onde fica atualmente a Turquia, na Ásia Menor. Dizem que esse Santo fez vários milagres, mas foi sua bondade junto com a prática de distribuir presentes às crianças que o tornou conhecido. Esta atitude de devoção espalhou-se por toda a Europa e surgiu daí a figura representativa do Papai Noel. Pausa... Necessita-se saber por que o chamam de bom velhinho. Hum! Quando o Papai Noel surgiu – seduzindo a imaginação dos adultos e das crianças – já possuía uma idade avançada.
Será que é por causa disso que ele é chamado de velhinho bom? (...) Se o Papai Noel daquele tempo já tinha uma certa idade, logicamente, hoje já teria que ser, no mínimo, um ‘Tatatatataravô’ Noel. Porém, continua Papai. Que bom!!! Mas, é época em que o Noel – que mora na Noruega (lugar de frio extremo) - começar a se preparar para o Natal. Suas oito renas são sempre cuidadas de maneira especial. Precisam estar bem alimentadas para puxarem os trenós, cheios de inúmeros presentes, por extensivos quilômetros. Percurso que – mesmo realizado com amor - se torna extenuante para o Noel e seus estimados bichos.
A preparação para a viagem, ao redor do Planeta, acontece com uma semana de antecedência. Todos os pedidos, que já foram analisados e revisados, feitos através de cartas, são arrumados pela equipe do bom velhinho, por ordem de entrega. Enquanto isto, a fábrica de brinquedos do Noel continua a funcionar a todo vapor. Há presentes para todos os gostos e brinquedos para todas as crianças. Opa! Preciso de um momento para “re-pensar” sobre isto. Quando, naquele tempo, São Nicolau distribuía presentes em sua cidade era bem mais fácil fazê-los chegar às mãos de todas as criancinhas.
Esta prática tornou-se um hábito nos países cristãos, então pelo aumento do número da população mundial – atualmente, estima-se que um terço da população mundial, dois bilhões de pessoas sejam cristãs – ficou mais difícil entregar os presentes. Será que é por causa disso que nem todas as crianças cristãs do mundo recebem presentes? Há dúvidas... Nesse caso, por que disseram que o Papai Noel entregará brinquedos para todas as crianças? Quem sabe, os brinquedos sejam entregues somente às crianças que escreveram ao Noel ou para aquelas que se comportaram durante o ano!!!
Mas, chegou o momento esperado em que o bom velhinho começa a se vestir. O traje vermelho, o cajado, o saco... Os últimos presentes são colocados no trenó; as renas ajeitadas. Oh! Oh! Oh! Acenos vários. Aconteceu o instante da partida. Destino: entregar presentes às criancinhas – nos vários lugares do Mundo. Lá vai o velhinho entrando nas casas pela chaminés da lareira. Ih!!! Agora clarificou. O Noel só entra em casas que têm lareiras. Mas, será que é isso mesmo? Se isto for verdade, no meu lar ele nunca entrará. Desta forma, ele deixará também de entrar na casa de milhares de crianças. Por quê?
Lareiras só existem em regiões frias e desenvolvidas – em locais gélidos e pobres inexistem ou são escassas e, nesses lugares, são vistas, como símbolos de riqueza. Em qualquer lugar que faça muito frio há necessidade de se contar com algum paliativo para se aquecer. E, como são entregues os presentes em regiões quentes, onde o uso de lareiras é dispensado? Por isso, peço piedade aos seguintes “Noéis”: Santa Claus (EUA e Canadá), Kriss Kringle (Alemanha), Papa Noel (Países de língua espanhola), Pare Noel (França)... Também, ao Noel Papai brasileiro. Tenham, por favor, compaixão das criancinhas. As crianças não precisam, apenas, de um Pai Noel entregador de brinquedos bufão.
Elas – as crianças – desejam rir, sim. Porém, precisam de alguém que as ensine a sorrir. Que lhes mostre o riso da esperança, da pura alegria (por estarem vivendo dignamente), que alimentem o regozijo da espera de um bom futuro pessoal, profissional e planetário. Porque o Noel – de qualquer lugar – antes de distribuir presentes deveria ensinar as pessoas a pensar no nascimento de Cristo, para proporcionar oportunidades de reflexão da vida. Portanto, que o dia 25 de dezembro sirva para que todas as pessoas (mamães, papais...) pensem em fazer com que cada dia seja repleto de motivos para se comemorar os novos nascimentos. Que “re-surja” um sensato Noel, que entre pela porta – indistintamente – das casas ensinando as pessoas a viverem diariamente o amor, enfim, incondicional...

Nenhum comentário:

Postar um comentário