quinta-feira, 3 de setembro de 2009

(CRÔNICA) AS PORCAS: e os parafusos...

(CRÔNICA) AS PORCAS: e os parafusos...
Prof. Joceny Possas Cascaes.
Confesso! Entrei em parafuso, desorientei-me. Minha mente parecia uma espiral de um parafuso, que havia encontrado a porca de espessura certa para, mediante movimentos giratórios, introduzi-la. As idéias, que pareciam próprias, retorciam cada vez que eu apertava a porca com a chave que buscava as palavras. Mas, uma porca pode ser também a fêmea do porco. Animais sexuados, que possuem órgãos genitais externos. O órgão sexual do porco, quando está pronto para copular e que, por isso, se torna visível é, de certa forma, parecido com um parafuso. ‘Espera-aí’! Estás querendo insinuar algo? Procure esclarecer essa sua prosa.
Estou tentando fazer apenas uma – alucinante - comparação. Comparação-alucinante, por quê? É que continuo meio aturdido. Encontro-me maravilhado, mas as idéias-próprias, representadas pela tal porca, continuam sendo atarraxadas... Portanto, aumentou o grau de minha dificuldade. As palavras de que necessito colocar nesse texto querem desaparecer. Contudo, tenho que tentar seguir adiante. Quando um casal de porcos copulam, o porco introduz na porca o seu órgão sexual que é parecido com um parafuso. Como não se sabe ao certo a origem da palavra parafuso, que pode ter vindo do aramaico, do latim ou, quem sabe, do grego... pensei, desvairadamente, nessa relação introdutória.
Uma porca que recebe o seu parafuso! Pode ter vindo dessa interligação a origem das palavras porca e parafuso. Meras suposições!!! De ‘concreto’ só o cimento misturado a areia, aos cascalhos e a água, posto em reserva para secar e, com isso, endurecer. Porém, nesse caso, o furo da porca não é em espiral, assim não consegue se atarraxar ao parafuso do porco. De um certo prisma, acredito ser ‘bom-agradável’ para os dois animais. Assim, possuem liberdade no movimento sexual, simplesmente porque podem ignorar qualquer tipo de chave. Pode existir similaridade também na questão da sujeira. Os porcos são animais considerados sujos, porque, quando em liberdade, adoram banhar-se na lama.
A porca e o parafuso, peças de ferros, geralmente são manuseados por quem, por necessidade, tem a mão suja de graxa. Além, às vezes é necessário, para atarraxá-los um pouco de alguma substância oleosa, que, de certa maneira, também os deixam sujos. Similaridades insinuantes! Pois, essa narrativa pode deixar de ser factual. Mas, o importante é que ela seja reflexiva. Porque os parafusos podem ser subtraídos ou adicionados. Como assim? Podem faltar ou sobrar parafusos para as porcas ou vice-versa. No entanto, ter parafusos de mais ou de menos, coloca-nos numa situação de desequilíbrio mental. Mas, como, por inúmeras vezes já nos foi dito, “de bobo e de louco todo mundo tem um pouco” (ora assim, ora d’outro jeito), torno-me um pouco mais tranqüilo.
Tranqüilidade popular! Talvez, porque esse provérbio tenha surgido da boca do povo. Mas, inúmeras porcas continuam à espera de um parafuso e continuarão. Será que não são os parafusos que permanecem a aguardar as porcas? Aparentes incertezas! Porque muitas porcas jamais conhecerão um ‘porco-parceiro’ para acasalar. Assim, como muitos porcos também deixarão de conhecer uma companheira disposta a trocar ‘carícias-sexuais’. Pois, as pessoas que criam porcos a serem vendidos para os frigoríficos, possuem, em geral, um número reduzido de matrizes reprodutoras. Ademais, nesses lugares, os porcos, poucos dias após o nascimento, são transformados, numa determinada maneira de falar, em ‘eunucos’.
São castrados e, embora em muitos casos continuem com a ‘cisma’, perdem a virilidade. Tornam-se incapazes de introduzir... embora a porca possa continuar desejosa. Como um parafuso ou uma porca metálicos que são ‘espanados’, que se desgastaram. Perderam suas serventias como encaixes que atarraxam. Mas, preciso afrouxar, um pouco, a porca para que o parafuso possa ser aparafusado. Quer dizer, ao afrouxar, minimamente, o parafuso, evita-se de desgastá-lo, assim adquire-se tempo para matutar o final dessa prosa. Afinal, continua-se em meio à caixa que contém centenas de parafusos, portanto, um pouco perdido. No entanto, encontro-me envolto numa agradável e, ao mesmo tempo, tumultuada maneira de pensar que tende a ser própria. Contudo, responda-me: quantos parafusos (deixaram de fora as porcas) uma pessoa deve possuir para ser considerada equilibrada mentalmente!?

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