quinta-feira, 20 de agosto de 2009

ADOLESCÊNCIA E JUVENTUDE.

ADOLESCÊNCIA E JUVENTUDE
Professor Joceny Possas Cascaes – Mestre em Educação. Ibirama-SC joceny@terra.com.br

Existem aproximadamente no Brasil mais de um milhão de adolescentes, com idades entre 12 e 17 anos, que não sabem ler e escrever. Quiçá, fruto de leis que asseguram, através da Constituição Federal, o direito a todas as pessoas ao estudo, mas que não são capazes de garantir uma política educacional eficiente com uma escola de qualidade onde o jovem se sinta atraído por ela. Na área da saúde, os jovens estão cada vez mais propensos a situações de riscos. O número de pessoas, menores de 19 anos, portadoras do vírus HIV aumentou consideravelmente nos últimos anos. A realidade mostra que os adolescentes estão começando cada vez mais cedo as suas práticas sexuais. Porém, há falta de preparo e conscientização e da necessidade do uso de preservativos na prevenção das conhecidas DSTs. Prostituição, gravidez precoce, homicídios, acidentes, drogas, acesso a informações de péssima qualidade estão no rol das questões nas quais os jovens se encontram vulneráveis na atualidade.
A criança, o adolescente e o adulto são seres em constante movimento. Realizam-se e se frustram por intermédio de movimentos que cada um pensa em relação ao mundo. Porém, as idéias dos adolescentes estão sempre em “ebulição”, transformando-se cotidianamente. Conseqüentemente, seus sentimentos se “re-constroem”. Aliado a isso, possuem um corpo que também se modifica. Portanto, é natural que alguns jovens sejam revolucionários, inquietos, insatisfeitos, incomodados. Além de passarem por etapas de crescimento que os fazem constantemente se transformarem e se adaptarem, encontram-se esperançosos com o futuro. Um futuro repleto de promessas e idéias brilhantes, mas que eles sabem o quanto se torna ameaçador.
Mas, afinal, quem são os jovens de hoje? As brincadeiras deles não são, em grande parte, as mesmas da época em que seus pais eram crianças. Hoje, muitos jovens se sentem mais a vontade na frente da TV, do videogame, do computador... Ademais, a educação, em especial a familiar, que sofreu mudanças nos últimos tempos, vem contribuindo com a “re-transformação” da criança e do jovem. Novos tempos exigem novas idéias que, em geral, não são tão novas quanto aparentam ser.
O jovem se encontra ansioso para entrar no mercado de trabalho, mas em parte lhe é negado o acesso. Está um pouco mais crítico e participativo da vida de sua comunidade. Mas, continua desejando respeito, sonhando com seu futuro, apaixonando-se, falando de liberdade, sendo capaz, sendo rebelde, querendo atenção, mostrando-se diferente. O movimento hippie da década de 60, que ainda sobrevive em alguns lugares, era uma forma de se desejar paz e amor, mostrar liberdade e criatividade. Muitos jovens foram atraídos pela cultura hippie porque estas alimentavam idéias inerentes aos ideais da juventude. Os jovens costumam rejeitar padrões de valores políticos e sociais que ceifam suas imaginações pessoais e humanísticas.
Há um limite imposto à vida familiar e comunitária que incomoda bastante o adolescente e o jovem. A conquista de direitos e a conscientização de seus deveres se encontram na raiz de alguns problemas que envolvem os adolescentes e jovens. Somente sendo cidadãos eles poderão modificar positivamente o meio em que vivem. Para isso, há necessidade de que saibam enfrentar os dissabores provocados pela vivência humana: os traumas, as quedas, as angústias, os sentimentos de perda e culpa, etc. Precisam entender que muitos momentos se constituem de dificuldades. Mas, em compensação, viverão outros cheios de conquista, prazer, alegria, emoção que lhes trarão inúmeras felicidades.
Em geral, as receitas são facilmente encontradas. Contudo, receitas originais são difíceis de serem preservadas. Se fossem mantidas originais, contribuiriam para que o mundo deixasse de evoluir. Muitos adultos costumam ver os adolescentes e jovens como seus pares e não como pares de outros jovens e adolescentes. Remetem conselhos, muitas vezes ultrapassados, sem colocá-los no contexto jovem. Modificam receitas de acordo com o pensar pessoal ou conforme lhe diz o senso comum, aquilo que se acredita e que não existe comprovação. Pouco se valem da ciência, em parte por falta de acesso a ela, e repetem inconscientemente alguns erros do passado. É mister que se “re-coloque” um olhar nas facilidades que estão sendo impostas às crianças, aos adolescentes e aos jovens. Se por um lado não se deve ignorar a evolução humana e todos os aparatos das novas tecnologias, por outro, é preciso que eles aprendam a dar mais valor as suas próprias vidas. A vulnerabilidade social do jovem na atualidade tem relação com o baixo grau de instrução a que muitos estão acometidos, e com os novos mecanismos criados pelas estruturas: familiar, escolar e social cujo eixo central poderá ser a super proteção. Sem tropeços inexistem boas vitórias...

Um comentário:

  1. As consequências estão presentes no recente relatório apresentado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou um estudo recente mostrando que a taxa mundial de desemprego entre quem tem 15 e 24 anos está em 12,6%. Ao todo, são 73,4 milhões de jovens sem emprego
    O desemprego de jovens chega ao ponto calamitoso de 54% na Espanha. Na Grécia, quase 60%, em Portugal, 42%. A média da Europa supera 20%. Fora dessa devastação, só a Alemanha, com 7%, um número melhor do que o do Brasil, que, em maio, registrou 13,6% de desemprego entre jovens de 18 a 24 anos. A taxa geral do país foi 5,8%.

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