segunda-feira, 24 de agosto de 2009

(CRÔNICA) A MOEDA: e o jogo da vida...

(CRÔNICA) A MOEDA: e o jogo da vida...
Prof. Joceny Possas Cascaes

Pense numa moeda qualquer sendo jogada para cima. Até aí, tudo bem. Escolha um dos lados deste metal-dinheiro e torça para que ao tocar no chão sua opção fique voltada para cima. Dependendo da altura do lançamento, da velocidade, do ângulo e de outros fatores, nesse caso, a sua chance de acerto poderá (falou-se poderá) ser de cinqüenta por cento. Agora, gire essa mesma moeda sobre uma superfície lisa. Escolha um dos lados. Sua chance de acertar não será mais a mesma.
Epa!!! Estão querendo me enrolar. É... passar a perna. Enganar-me. Será? Se fosse possível girar um pão (tipo caseiro) fatiado, com manteiga e doce num dos lados, ao parar de rodar qual seria a probabilidade dele cair com o lado do doce para baixo? Cinqüenta por cento? Em casos como esses, é provável que, na grande maioria das vezes, o pão caia com o doce para baixo. Por quê? Quem sabe, por causa da ‘Lei da lógica’. Há uma, certa, lógica que faria com que o pão caísse mais vezes com a parte mais pesada para baixo. Isso acontece, muitas vezes, quando ele cai da mão.
Moedas costumam ter um pequeno desequilíbrio de peso, se comparado os seus dois lados. Por isso, o lado mais leve, tenderá a ficar, mais vezes, voltado para cima. Agora pense num problema pessoal, seja ele qual for. Relacione-o com a moeda. Como!? Parta do princípio de que tudo tem, no mínimo, dois lados opostos. Veja bem! Para assustar o sonho surgiu o pesadelo; para adocicar o mal, apareceu o bem; para dar trégua à guerra, veio a paz; para combater o estresse, criaram-se as terapias e os remédios... e assim por diante.
Sabe! Em relação ao impossível, há necessidade de se revelar suas possibilidades. Naquilo que se considera impossível, algo existirá. Alguma probabilidade poderá se fazer presente. Vamos supor que você tenha uma chance, entre cinqüenta milhões de pessoas, em ganhar numa aposta qualquer. É mínima, mas um será o ganhador. E você estará entre eles. Nesse caso, se não fores o ganhador, gozarás, pelo menos, do direito de sua probabilidade. Numa partida equilibrada de futebol de campo, por exemplo, se o resultado não foi decidido antecipadamente pelos cartolas, só será definido o ganhador no final da partida. O favoritismo pode estar fora do jogo.
Contudo, voltando ao tal problema... Estes, são como receitas de bolos. Sendo dos outros, aplica-se (fora do contexto em que ele foi criado) um falar imediato e a situação estará resolvida ou... complicada. Passa-se uma receita surrada e espera-se que o bolo saia do forno com a mesma aparência e gosto do quitute da vovó. Em casos como esses, as prescrições costumam não dar certo. O bolo, na maioria das vezes, sairá cru ou queimado. É que receitas, em geral, são sempre alteradas, modificadas.
Um pouquinho de sal a mais ou a menos; uma quantidade maior ou menor de açúcar; o acréscimo de um novo sabor; o tempo de preparo, de ser deixado no forno ou em outro lugar... Portando, há de se tomar cuidados ao se passar receitas. Mas, saiba que os dois lados opostos continuarão presentes em tudo. Seu problema ainda não foi resolvido? O antigo Egito já foi uma exuberante sociedade; a Grécia teve momentos que marcaram história; a antiga Roma já imperou; a Inglaterra foi uma potência hegemônica. Atualmente, a supremacia militar e financeira está nas mãos dos EUA. Até quando? Se tudo muda, há de mudar esta situação também!?
Resumindo... problemas fazem parte da solução. Imagine uma solução matemática sem que exista um problema. Impossível? Talvez! O importante é saber lidar com a situação que se apresenta. Diariamente a moeda continuará a ser jogada para cima, ou a ser girada numa superfície lisa, não importa. Então, para aqueles que se encontram no fundo do poço, segue Nietzsche, “É preciso ter ainda caos dentro de si, para dar a luz a uma estrela dançante”. A moeda em qualquer caso ou acaso, quando parar o giro ou cair, revelará uma das probabilidades que, com exatidão, nunca se saberá antes... Por conseguinte, resta aceitar, conhecer e administrar as regras do jogo.

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