domingo, 23 de agosto de 2009

(CRÔNICA) A CHUVA

01. A CHUVA.
Prof. Joceny Possas Cascaes.

Passava vistas nalgumas efemérides. Em seguida, pus-me a vestir, pois desejava ir ao local de meu ofício - à Escola. Eram 6h30min de uma segunda-feira. Antes, um gole de café; após, uma escovada nos dentes e pronto, encontrava-me à disposição do dia. Lá fora, uma chuva que, quem diria, iria me acompanhar. Chuva recente, a espairecer minha mente. Os pingos que caiam, realçavam o frescor da manhã. Assentei-me no banco do meu carro e dirigi rumo ao destino. Encontrava-me desejoso e à disposição de aproveitar o dia. Então resolvi: Carpe Diem...
Teria que fazer com que o meu dia fosse cheio de momentos de satisfação. A chuva seria o meu grande trunfo. Havia aprendido que a beleza de um dia independe se o sol venha ou não a raiar, pois, o desfrute ou não do dia, é diretamente proporcional àquilo que nasce – a cada novo momento – em nosso interior. Seguidamente, no pára-brisa do carro, a chuva batia. Lembrei-me de uma erudita música, momento em que cantarolei junto com o cair da chuva. Ao chegar ao meu destino – saltei do veículo e abri o guarda-chuva. Lamentei por ele ter-me apenas protegido dos pingos da chuva e por não tê-los guardado.
Mas, a bendita chuva, enlevando meus pensamentos, fez-me questionar: o que o sol tem a ver com a chuva? Enquanto a chuva cai, o sol sorrateiro delicia-se em ver partes da terra serem – naturalmente – refrescadas. Embora não seja assim tão simples, a energia proveniente do astro-rei, ao esquentar o planeta, provoca a evaporação das águas. As nuvens se formam e a água doce volta a terra em forma de chuva. Portanto, a chuva além de ser importante à vida, é ao mesmo tempo extremamente interessante. Seus pingos, ao caírem, têm efeitos mágico-refrescantes.
Então... senti o frescor da chuva quando – ao saltar do carro – fui em direção ao prédio da Escola. Respingos... muitos. Mesmo embaixo do ‘protetor-de-chuva’, senti em meu rosto e em minhas costas o toque suave dos pingos d’água que caíam das nuvens e corriam no chão – como se replenos de vida. Suave chuva que abastece os lagos, os lençóis freáticos, os ribeirões, os rios, cujas águas deságuam no mar; que tira o pó da estrada; que dá banho nas matas (nas poucas); que é uma das responsáveis pela vida; que molha a terra e a fertiliza; que faz parte (há milênios) do ciclo d’água (ciclo que contribui com a permanência e renovação da água no planeta); Oh, chuva!!! Que refresca minh’alma e que ao bater em meu rosto, ‘re-anima’ a pessoal alegria.
Mas, as horas passavam e, da janela da sala, onde eu me encontrava naquele momento eu via e ouvia, naturalmente, os pingos da água da chuva a baterem no telhado, no gramado, na vidraça... Que graça! Pensar no favor advindo, quem sabe, de Deus e na elegância em que os pingos batiam e caíam. Isto é, por demais, agradável. Suave toque molhado a refrescar o dia e também a noite. Incessante chuva! Tuas águas são dignas. De quê? São merecedoras de infindos louvores e exaltações. Não é inutilmente que algumas tribos nativas ainda cantam e dançam para ti – a pedir: ‘vem’ - neste solo tu és, sempre, bem-vinda.
Após um exaustivo e gratificante dia de trabalho retornei para casa convicto de que os incontáveis pingos d’água que caíam emanam vida. A minha, a tua, a nossa e a deles (outros animais, vegetais...). Tomei um banho de chuva; após, outro de chuveiro. Sentei à mesa – tomei um café. Aproveitei e abasteci minha fé. Fiz uma oração que agradecia pelo dia chuvoso que, de muitas maneiras, havia me ajudado. Conversamos (em família) sobre a influência da chuva em nossas vidas. Às vinte e duas horas, ainda chovia. Deitados e em silêncio percebia-se o bater da chuva no telhado. Instantes em que – após um ‘Boa Noite’ -viramos para o lado e dormimos absoltos e tranqüilos por ter sido aproveitado mais um dia. Um dia, como haverão de ser tantos outros, de ação de inúmeras graças que, vez ou outra, deverão cair em forma de refrescantes e inovadores pingos d’água...

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