quinta-feira, 20 de agosto de 2009

MAGISTÉRIO! valorização...

MAGISTÉRIO! valorização...
Prof. Joceny Possas Cascaes – Ibirama-SC joceny@terra.com.br

Todas as profissões merecem, de fato, consideração. Talvez, algumas, por causa dos olhares comunitários e pelo tipo de prestação de serviço ao meio social, obtiveram um determinado prestígio que a tornaram diferente; ‘re-vestiram-se’ de uma natural atração, um magnetismo que é próprio das profissões que tem trato, que possuem ‘inter-ligações’ concretas e diretas com as pessoas. No entanto, outros tipos de prestações de serviços, que também são importantes, acabam permanecendo nos bastidores, como se fossem atoras coadjuvantes; colaboradoras de um fim, ou quem sabe, de um início necessário e comum ao meio social. Assim, respeitar o fazer de todos é algo necessário e um tanto ‘humano-divinal’! Contudo, o viés dessa prosa está, em parte, ‘pré-determinado’...
Tem-se como objetivo falar, nesse texto, do educador. Em especial, enaltecer o trabalho dos profissionais do magistério que atuam na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e Médio. Pensa-se que algumas engrenagens ‘educacional-escolar’ estejam desgastadas, corroídas pelo tempo. Opa! O tempo? Ele não está sozinho nessa história! A culpa, em geral, é sempre d’outros e/ou d’outras... Em alguns casos, quem sabe, o eu, do profissional do magistério, é que esteja precisando de uma reciclagem, de uma avaliação do cotidiano exercício da profissão. Mas, sabe-se que há um sistema ‘burocrático-educacional’ que emperra muitas tentativas de boas mudanças; também existe uma política partidária infiltrada na educação que contribui para que muitos motivos e objetivos tornem-se desviantes do cerne e da matriz educacional.
Somente quem trabalhou (por um bom tempo) ou ainda quem está em sala de aula diariamente, lidando com turmas de vinte, trinta, quarenta alunos ou mais e ministrando integralmente trinta, quarenta, cinqüenta ou sessenta aulas semanais (por real necessidade) é quem pode melhor ‘avaliar-entender’ o que é ser um(a) ‘educador(a)-professor(a)’. A carga, o fardo é, cotidianamente, extenuante... Com cumprimento de ‘horas-atividades’. É claro que muitos alunos, inúmeros pais e uma parte significativa da comunidade reconhecem o trabalho desse profissional do magistério. Mas isso só, muitas vezes, não é suficiente para que esses(as) guerreiros(as) possam continuar a tremular com garra, afinco e hombridade o erudito pendão da educação. Talvez, necessário se faça avançar nas questões ‘didático-pedagógicas’; no acompanhamento dos pais nas questões escolares de seus filhos; em políticas que possam garantir menos burocracia e a autonomia da escola; em leis educacionais mais claras e objetivas; em tecnologias que se tornam novas a cada dia...
Que existam contestações, mas a ‘principal-urgência’ é a valorização salarial. Há necessidade de se ‘criar-atualizar’ para a classe dos professores um plano de carreira (que há anos vem sendo o baluarte das campanhas ‘eleitoreiras’). O professor está trabalhando no limite. No limite de um salário não condizente com aquilo que ele faz e com seu grau de estudo; no limite de uma saúde fragilizada; no limite, muitas vezes, de uma baixa auto-estima; no limite, em algumas regiões do Brasil, das péssimas condições de trabalho... Pensa-se que o amor à profissão é que o mantém ativo. E isso se tornou o combustível que o faz prosseguir. Mas, até quando? Combustíveis são inflamáveis, queimam... Muitos ‘professores-educadores’ estão exercendo sua função com o combustível na reserva Volta-se a questão do limite, inexistem ‘postos de reabastecimentos’ que ‘revitalizem-incentivem’ diariamente esses profissionais. Disso provém o estresse, a fadiga e outras doenças que estão atrapalhando ou afastando muitos educadores do exercício diário de suas funções.
A educação não funciona com mágicas e nem com receitas prontas. O dia-a-dia da sala de aula é sempre recheado de novidades. Há muita coisa boa acontecendo no chão da escola por conta do profissionalismo dos educadores compromissados, respeitosos com o outro e com o seu dever. Então, ressalte-se: o ‘educador-professor’ é, sem dúvida, um herói. Um ser que merece, além do respeito, dignidade. Pois ajuda a preparar muitos jovens desde tenra idade a serem cidadãos com vistas em um amanhã – que começa no hoje - melhor; a serem ‘gentes’; a terem uma profissão com perspectivas boas de vida; lida diariamente com situações conflitantes; busca novidades, pesquisa, corrige, entrega, procura atualizar-se e ter tempo para si e para a família e ainda continua firme em meio a tantas décadas de desvalorização. Educador! És detentor de uma valorização especial: teu trabalho. Olha - isso é muito significativo! Então, que – com urgência – as autoridades, que passaram por tuas mãos, consigam perceber isso.

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