segunda-feira, 24 de agosto de 2009

(CRÔNICA) POESIA!

(CRÔNICA) POESIA!
Prof. Joceny Possas Cascaes.

“Se procurar bem você acaba encontrando
não a explicação (duvidosa) da vida.
Mas a poesia (inexplicável) da vida”.
- Carlos Drummond de Andrade –

Encontro e me encontro na poesia. Na poesia apaixonante que me rodeia e que me entorpece. Afinal, o que é isso – poesia? Os dicionários a definem como ‘encanto, graça, aquilo que desperta o sentimento do belo, o que há de elevado ou comovente nas pessoas ou nas coisas’. Engraçado! É como gostaríamos que fosse o nosso dia-a-dia. É a representação sustentável do belo. O imaculado desejo que norteia os momentos. A paz, o brio, o puro amor! A essência dos sentimentos. Aquilo que, sem querer, buscamos: a bela paisagem, o sol, o mar, o digno trabalho, o descansar, as leituras que nos dão prazer, o brilho do luar, a música, a arte, a amizade, o encanto do dia e a alegria. Ah – a família! Existe coisa comparável? O ‘eu’, o tu e o nós em dias de bonança. Quem dera! O paraíso...
Contudo, vamos trocar algumas idéias, caro leitor. Detesto imposições! Elas nos deixam falando sozinhos. Prefiro as permutas que nos fazem refletir sobre a forma que agimos, falamos ou escrevemos. Mas, quanta, quanto à poesia... Sensatez! A ‘não-poesia’ circunda o nosso meio. Inunda as nossas ações e visões. Faz-nos ficar de mal com o fator que nos dá vida. Ela é abundante, considero-a redundante. Mas, vamos ao que interessa, à poesia. Respeitando as particularidades e os gostos pessoais. Por que gostamos de assistir a bons filmes; de ler os livros que nos agradam; de fazer amizades com pessoas que são afins às nossas conversas e atitudes; de escutar as músicas preferidas; de contemplar o mar, as montanhas e de sentir a beleza da neve ao cair?
Por que as vitórias nos agradam tanto; os afagos; as boas lembranças; os dias em que o corpo encontra-se em festa; a serenidade; a capacidade de amar e de respeitar? Por quê? Eis uma razão a ser respondida. Respondamos como, de que maneira? Se a poesia é... uma interpretação, uma visão de mundo, um conhecimento, um palpitar. Talvez, um sonho. Mas, sejamos convenientes, todos os projetos são despertados pelos sonhos. São nas visões dos sonhos que damos sustentabilidade às nossas ações. Sonho bom este: poesia! Enfim, a paz, o cuidado com o Planeta, a solidariedade constante, a alteridade (preocupação com o outro), a roda de amigos, o bom vinho e a boa comida, a valorização do ser (que independa do ter).
Impossível? Sejamos realistas, é evidente que buscamos os momentos de prazeres, aqueles que nos oferecem contentamentos. Sabemos que é meramente impossível vivermos cotidianamente mergulhados num mundo de acontecimentos maravilhosos. Isso é ponto pacífico! Embora a visão do oceano pacífico seja poética. O que estamos querendo dizer vai além daquilo que é possível escrever... Eu, você, nós – cada um do seu jeito – somos poetas, porque costumamos buscar a essência daquilo que nos faz bem. Contudo, a poesia exige respeitabilidade, consenso, hombridade, civilidade. Por isso, a perseverança de querer ser um autêntico poeta. Ainda falta-nos...
Nesse dia haveremos de reconhecer que a poesia é a representação fiel do que desejamos ao Planeta e a cada um de nós. Confúcio, filósofo Chinês (551a.C – 479a.C),
brinda-nos com a seguinte frase: “Deixa o caráter ser formado pela poesia, fixado pelas leis do bom comportamento e aperfeiçoado pela música”. Eu diria, pela boa música. No entanto, nestes tempos de desastres, de intempéries (causadora de catástrofes), de solidão, de indiferenças, penso que esteja na hora de acordarmos a veia poética que se encontra adormecida dentro de nós. Assim, quem sabe, cada um, na sua particularidade, estará despertando o sentimento do belo e contribuindo de alguma forma para que a poesia, ‘inexplicável da vida’, seja levada aos ‘quatro’ cantos do mundo, no intuito de contribuir, de alguma forma, com a ‘re-construção de um mundo melhor. Repleto de cuidado e de respeito a si, ao outro e inclusive ao Planeta...

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