segunda-feira, 24 de agosto de 2009

(CRÔNICA) O RELÓGIO...

(CRÔNICA) O RELÓGIO...
Prof. Joceny Possas Cascaes.

Simplesmente, pasmou-se!!! O perplexo, no sentido de surpreso, adentrou – subitamente - um corpo, que no momento se encontrava apático. Minutos se passaram... então, o tal corpo conseguiu, naturalmente, acalmar-se. Mas, o que havia acontecido para causar o significativo espanto? Aparentemente, nada; concretamente, talvez, muito... Estava-se pesquisando, a título de curiosidade, em diversas fontes, sobre os recursos utilizados para medir o tempo, quando se deparou com uma lista, de certa maneira enorme, que informava sobre a utilização de vários meios.
Dentre esses meios há os que se utilizavam ou se utilizam: do visual, da sombra, dos líquidos, da areia, das chamas, da atmosfera, da natureza e da evolução do conhecimento humano em que se encontram os relógios mecânicos, os de bolso, os de pulso, os elétricos, os eletrônicos, os digitais e inúmeros outros. Porquanto, é surpreendente e ao mesmo tempo envolvente essa história de medida do tempo. Embora, no momento, se deseje apenas saber sobre as superficialidades temporais, é mister informar que o tempo faz parte, em parte, dos arcabouços semânticos. Nesse caso, o tempo e o espaço servem de bases para o entendimento da evolução do sentido das palavras.
Senão, prenda-se a idéia no maquinismo que é utilizado para marcar as horas. (!!!). Fala-se do relógio. Instrumento que é, de certa maneira, determinante do ensejo e da oportunidade e que pode, superficialmente, prever e registrar o momento e a ocasião. Quando esse momento e essa ocasião se tornam importantes, o tempo pára, para que a hora possa ser – freqüentemente – rememorada. Os relógios também servem para medir os intervalos. Medir os intervalos? Como assim? Eles medem o espaço de tempo entre dois fatos e, com o passar de um grande tempo, entre duas épocas.
Mas, preciso, encostado a uma grande sala de estar de um casarão-fazenda, encontrava-se um relógio “Rod-Bel”, fabricado no Brasil, de aproximadamente dois metros de altura por uns oitenta centímetros de largura. Parecia um imponente ‘big-ben’. No entanto, essa impressão, quem sabe, seja porque o ‘big-ben’ verdadeiro se torne um tanto desconhecido. Mas, o referido relógio possuía um pêndulo redondo e enorme. Uma peça de mobiliário artesanalmente travestida de relógio. Havia se tornado uma maravilha determinadora... Pois, indicava com pontualidade todos os momentos e contribuía para evidenciar as ocasiões consideradas importantes. Era um marcador de horas, brilhantemente programado.
Às seis horas, ele ajudava a despertar uma infinidade de seres. As crianças, os adolescentes, os mais velhos e os empregados. Alguns bichos que dormiam próximos a casa, também se sentiam chamados a participarem do ritual matinal. Suas batidas eram ensurdecedoras. Podiam-se escutá-las, quase que perfeitamente, num raio de cem metros. Além disso, havia um sino, instalado fora da casa, que tocava imediatamente após as batidas do relógio. Assim, todos os moradores e trabalhadores da fazenda podiam se portar atentos aos momentos...
Sete batidas indicavam o início da labuta diária; nove, a hora do lanche; doze, a hora do almoço; treze, a hora de voltar a trabalhar; quinze, a hora do lanche da tarde; dezesseis, a hora do término do trabalho. Às dezenove horas acontecia a última batida do relógio (dos dias entre a segunda e a sexta) e, conseqüentemente, do sino. Ocasião em que as pessoas eram avisadas – musicalmente - do início do jantar. O relógio, após as doze batidas de sábado, deixava, automaticamente, de percutir. Período em que reinava um profundo silêncio naquele ambiente agradável à vista e ao corpo, acalentado pelo suave barulho dos ventos, da bicharada e das vozes das poucas pessoas que permaneciam, durante o final de semana, na grande propriedade rural.
Um magno relógio fabricado por artesão e um autêntico medidor de tempo. Às vezes, cercado por muitos seres e em outras ocasiões, eminente e solitário, encontrava-se embalado pelo ‘tic-tac’ de suas próprias horas. Mas, memorando-se esse relógio e outros medidores de tempo, percebe-se que, de certa maneira, o tempo nunca passa, pois são os seres (todo e qualquer ente vivo e animado) que passam. O relógio é, apenas, uma ferramenta, deveras significativa, para que se perceba o tempo das pessoais ações passar mais depressa. Generalidade: vive-se pedindo para que o tempo passe! ...Questão de reflexão!? Então,...

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