quinta-feira, 20 de agosto de 2009

(CRÔNICA) SUJEITO OCULTO!

(CRÔNICA) SUJEITO OCULTO!
Prof. Joceny Possas Cascaes.

Havia um sujeito oculto. Escondido? Depende!!! De um certo modo sim; d’outro não. É que o sujeito, na verdade, não aparecia na oração. Prefiro dizer que ele deixou de se manifestar, ou melhor, ficou subentendido. Quando você fala de oração você está falando de uma súplica religiosa? Simplesmente, refiro-me a uma construção gramatical constituída de sujeito, predicado... E, nessa frase, onde se encontra o tal sujeito? Não sei! Quem não sabe? O sujeito que está oculto – o ‘eu’ a que está se referindo. Porém, sabe-se também que o sujeito pode ser um indivíduo indeterminado, ou cujo nome se quer omitir. Ainda pode ser dependente, submetido.
Contudo, uma coisa é falar de um sujeito; outra é falar de um sujeito oculto. Como assim? É que estamos querendo resguardar o nome do sujeito. Mero sigilo! Mas, houve um caso em que ele estava – verdadeiramente – oculto. O indivíduo encontrava-se escondido, foragido. Vamos aos fatos! Era vinte e quatro de dezembro – esqueci-me o ano; vários presidiários receberam um indulto de natal; um privilégio de passar a véspera e o dia do nascimento de Cristo junto a seus familiares. O ato de clemência dado por um juiz terminaria no dia vinte e seis, às oito horas da manhã. Portanto, os presidiários, que foram beneficiados com o mencionado indulto, teriam que se apresentar na penitenciária, nesse dia e horário.
Mas, todos voltaram menos o... Todos uma ova! (no sentido de protesto). O sujeito dessa história deixou de se apresentar. Preocupação carcerária total. Onde ficou o sujeito? Alerta presidiária geral! Tratava-se de um sujeito, de certa forma, famoso (coisas da imprensa) no mundo do crime (tráfico de drogas e de armas), que por questões consecutivas disciplinares recebera o aval de um juiz para visitar, numa época de benevolentes ações ‘pessoal-sociais’, seus familiares. Várias viaturas policiais enfileiraram-se no pátio da prisão. Um grupo de quatorze soldados havia sido chamado para ir atrás do sujeito-marginal. De posse de um Mandado de Busca e Apreensão, seguiu em busca do foragido.
Quem estava de posse do Mandado e quem seguiu em busca do delinqüente? Um sujeito oculto! O presidiário que havia fugido? Não! Nesse caso, estamos falando do sujeito da oração que é ‘um grupo de quatorze soldados’. Ih! Então, o sujeito que está oculto tanto pode fazer o papel do bandido (malfeitor) como o do mocinho (do sujeito bom)? Estando na oração, sim. Porém, há de se ter cuidado. O caso do sujeito foragido é outro e continua oculto. Procuraram-no na casa dos pais, dos irmãos, dos parentes e de alguns supostos amigos. Tempo, aparentemente, perdido! O marginal estava, deveras, escondido, bem guardado.
Sim!!! Encontrava-se protegido pelas mãos boas e ruins do tráfico. É que tem muita gente com ‘pinta e fama’ de bom, por detrás dessas coisas. Era provável que o sujeito estivesse escondido na favela. Lá ele recebe proteção de alguns moradores e de mais pessoas. Mas, quanto a isso, é bom ficar quieto, pois dizem que em “boca fechada não entra mosca”. Então, os policiais resolveram fazer uma ‘blitz’ no morro. Chamaram-na de ‘Operação Oculta’, simplesmente, porque deixaram de divulgar o ocorrido. Queriam tentar pegar o sujeito de supetão. Penso que nessa última frase há um sujeito oculto novamente. Será que o meliante se encontra nessa oração? Certamente, que não. Os policiais, sujeito oculto, é que se encontram nela.
Que aparente confusão! E se o ‘sujeito-fugitivo’ estivesse vestido de policial, ainda assim, deixaria de ser o sujeito oculto da frase? Nesse caso, acredito que sim. No entanto, ele também continua oculto, desaparecido. Momento em que se ouvem vários disparos em muitas direções e se vêem balas que são ditas perdidas nas paredes e no interior de pessoas, que caem feridas ou sem vidas. O cerco está feito. E quanto ao sujeito oculto? Da oração ou o fora-da-lei? Nem sabemos mais? Quem não sabe? O nós. Então, o marginal pode ser qualquer um de nós? Com certeza, deva ter malfeitores entre nós. Mas, nesse acontecimento, ele continua oculto. E continuará até que seja encontrado. Mas se fugir novamente? Quem? Ele o sujeito oculto! Continuará oculto para que possa ser subentendido. Mas, há vários anos procuram o sujeito que se ocultou. ‘Sujeito-oculto’ tende a permanecer escondido até que seja encontrado...

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