domingo, 23 de agosto de 2009

(CRÔNICA) A BRIGA...

A BRIGA...
Prof. Joceny Possas Cascaes.

Os dois sujeitos estavam – quase que, literalmente – grudados. Rolavam pela rua afora. O que estava acontecendo!? Um rapaz - que passava na hora do acontecimento - começou a gritar. Briga! Briga!!! O fato era assustador. Os dois – repletos de escoriações -levantaram-se e continuaram as encenações. Pontapés daqui, socos dali e palavras dos mais baixos calibres... Por mais que se tentasse – era, quase impossível, separá-los. Então, a solução era ligar para a polícia. Há momentos em que a ordem pública passa a ser dependente das ‘Forças Governamentais’. Por quê? Um dos objetivos das polícias é colaborar, justamente, com a manutenção da ordem pública.
Então, após quinze minutos, a viatura policial com quatro soldados chegou ao local do incidente. Encostou!!! Os dois sujeitos da briga estavam exaustos e com as ‘caras’ que pareciam, cada uma, com dois melões de quinze quilos. O sangue pingava de uma delas. Supercílio!!! A sobrancelha do sujeito abriu - local de fácil rompimento. O outro, quebrou o nariz. Encontravam-se os dois completamente alquebrados. Estado em que, sem forças, não podiam continuar o embate. Momento em que os policiais saíram da viatura com muita calma. Há momentos em que a calma prudente é fator preponderante. Os dois sujeitos precisariam dispor de tempo para se recuperarem. Nesse caso, as algemas foram poupadas.
Vamos!!! Disse um dos policiais- há necessidade de que vocês prestem esclarecimentos. Por hora, considerem-se presos. Portanto, limitem-se a falar somente se forem questionados. Instante em que as portas traseiras do ‘camburão’ foram abertas. Entrem, vociferou outro policial, e aproveitem para descansar. Na 10º Delegacia de Policia vocês terão que se explicar. Quinze minutos de retorno, o suficiente para que os ‘detidos’ caíssem em profundo sono. Os policiais, ao chegarem à delegacia, abriram as portas do compartimento traseiro do carro policial e ao ver os sujeitos roncando profundamente, não se contiveram e começaram a rir. Muitas gargalhadas.
O fato era, realmente, engraçado. Os detidos estavam de barrigas para cima, com as pernas em cima do tórax um do outro. Descalços, porque perderam os calçados na briga, um cheirava o pé do outro. Nesse caso, os policiais resolveram esperar. Tiveram que aguardar mais trinta minutos – para que os sujeitos detidos acordassem. Que bom! Acordaram, completamente calmos. Estavam prontos para o depoimento. Sendo assim, convidados a entrar no prédio da delegacia foram levados à ‘sala de interrogatórios’. Sentaram-se e começaram a prestar os devidos esclarecimentos. O próprio delegado se interessou pelo caso e foi participar das inquirições.
Foram realizadas inúmeras perguntas. Os dois briguentos, sem hesitações, responderam a todas. Conseguiram persuadir (convencer) os policiais que participavam daquele ato inquisitivo. Segundo os detidos , a briga havia acontecido por descuido. Então, juraram que jamais voltariam a participar de atos que envolvessem pancadaria. O delegado ficou um pouco desconfiado e , embora houvesse lesões corporais, resolveu dar um crédito aos dois e mandou libertá-los (Estava abrindo uma exceção). As perguntas com as devidas respostas haviam sido registradas e arquivadas (Word – Meus Documentos. Pasta: Interrogatórios). Pura rotina! Mas, nada de dar seqüência ao caso. Nesse caso, os sujeitos foram levados a uma enfermaria.
Enfim, os ferimentos foram tratados. Abraçados, descalços e com as roupas em frangalhos, retornaram andando para as suas casas. Os dois, além de vizinhos, eram grandes amigos. Contudo, um deles havia, temporariamente, perdido a ‘sã-memória’ e ao encontrar o colega, sem que esperasse, desferiu-lhe um soco no nariz. Pensou que estava sendo atacado por alguém. Momentâneo, deslize mental! Estava, no momento, com muito medo. Ocasião em que houve uma natural reação por parte do seu amigo. Após receber vários golpes, o sujeito, sem memória, conseguiu recuperá-la, mas até explicar o fato ao colega, a briga já havia tomado grandes proporções. Um caso, verdadeiramente, dificílimo de acontecer, mas, que de certa maneira, não dá para duvidar...

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