quinta-feira, 20 de agosto de 2009

(CRÔNICA) OS GALINÁCEOS...

(CRÔNICA) OS GALINÁCEOS...
Prof. Joceny Possas Cascaes.

Nalgum lugar existia uma comunidade de galináceos. Aves de pequeno e médio porte, com asas pequenas e arredondadas, que pesam entre duzentos e cinqüenta gramas a dez quilos. Formavam um conjunto de populações de aves e vegetais que residiam numa mesma área. Digamos... moravam numa floresta de, aproximadamente, oitocentos hectares (particularmente, tenho uma vaga noção do que sejam oitocentos hectares, mas,...). Atualmente, eram umas vinte mil aves. Há notícias de que já eram quarenta mil. O dobro! Contudo, além de outros animais que vivem nas matas, das duzentas e dezesseis espécies, que dizem existir, de galináceos apenas, por inúmeros motivos (um deles, talvez, seja porque, no momento, eu só me lembre desses), os perus, os faisões, as galinhas, os jacus, as perdizes e os pavões viviam naquele reino.
Possuíam um mesmo governante e estavam irmanados por uma mesma herança cultural e histórica. Biologicamente, fiquei sabendo que faziam parte da ordem dos galiformes. Galiformes!? Essas informações são necessárias nessa história??? Talvez!!! Depende de quem a está lendo. Contudo, as referidas aves alimentavam-se de pequenos invertebrados e matéria vegetal. Cumpriam uma tarefa crucial! Principalmente, porque, durante a alimentação, costumavam dispersar constantes sementes e, com isso, a floresta, que já era mais densa, em parte, ainda resplandecia. Porém, o medo circundava a tal floresta. Medo de quê!? Da hegemonia dos outros bichos. Hegemonia? Sim!
A supremacia, em termos de cadeia alimentar, dos seus naturais predadores. Alguns tipos de serpentes, de animais carnívoros e de aves de rapina. Ademais!!! Tinham um medo exacerbado da caça realizada pelos humanos que, embora fosse considerada ilegal, era constantemente praticada. Mas você falou em humanos... O ‘ser’ que é – verdadeiramente - humano tende a ter princípios éticos e, conseqüentemente, consciência ecológica. Quem sabe, seja melhor falarmos que a caça era realizada por seres civilizados. Isso muda alguma coisa? Além da palavra em si, pode mudar o significado das palavras do texto.
Pois, quando nos referimos à civilização nos remetemos ao entendimento de que existe algum tipo de processo que contribui com o constante crescimento ‘pessoal-social’. É algo civilizável, que se pode civilizar! Entende-se como um ser que ainda não está pronto! Nesse caso, por ser um processo de constância evolutiva, com o tempo vai se tornando melhorado, cada vez mais lapidado. Porém, pode levar muito tempo. Então, está, em parte, justificada a caça! Vamos em frente... Certo dia, os galináceos, preocupados com as constantes baixas dos integrantes do reino, e com o aumento do número de predadores (por causa da comida em abundância), resolveram fazer uma assembléia geral. Urgentíssima!
O galo, por ser o governador, era a ‘peça-chave’ da reunião. Cada família de aves mandou um número representativo de membros à alusiva reunião. Queriam saber o que fazer para que aquela chacina acabasse! Várias sugestões e questionamentos surgiram: problema natural insolúvel! Integrante da realidade dos fatores naturais; os predadores continuarão hegemônicos; não daremos conta de mutilá-los, tornamo-nos fracos em relação a eles; mas, não podemos nos acovardar, o medo faz com que eles se sintam mais poderosos. ‘Peraí’, impôs o galo! Você tem razão. Vivemos envoltos num cotidiano medo. Como garantir um futuro melhor para as nossas crias? As cabeças fervilhavam... Depois de alguns instantes, houve uma paralisação mental geral. Um completo silêncio roubava a cena que deixava de ter solução.
De repente, uma ‘faisão-fêmea’, desesperada, grita: vamos reagir. Não podemos continuar nos redimindo sempre. Vamos instaurar uma sindicância. Após apurar os fatos e saber como os ‘ataques-mortíferos’ acontecem nos reuniremos novamente. Realizou-se o tal feito. Dias mais tarde, uma nova Assembléia Geral foi convocada. Os integrantes da comissão apresentaram os substanciosos fatos. Que pena (quantas penas!), o caso continuava insolúvel! O poder tendia a continuar a ‘esmagar-massacrar’ os mais fracos. Momento em que me lembrei da população da maioria dos países do continente africano... Pensei, a miséria precisa continuar, senão, os predadores e, em especial, as aves de rapina (que são mais fortes) podem se enfraquecer. A vida é um grande laboratório. Necessita de pesquisas!!! Mas, logo com eles... Até quando!? Meu Deus, até quando??? Os galináceos precisam continuar a existir. Então, que se reflita e se apontem soluções! Mas, nesse caso, existem? Sim! Então, mostre-as. Não! Então repita a história...

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